Macro drenagem do RIO URUSSANGA JÁ!
Entre os dias 17 e 22 de abril de 2010, ocorreram chuvas que causaram sérios prejuízos aos Rizicultores Sangãoenses. Na verdade tivemos chuvas mais intensas somente nos dias 21 e 22, porém, bastaram para ocasionar enormes estragos a Cultura de Arroz. Esta situação traz a tona uma reivindicação antiga dos Agricultores que margeiam o Rio Urussanga, no Município de Sangão.
Para entender o caso, há aproximadamente 35 anos, o extinto DNOS, autarquia federal responsável pelas grandes obras de drenagens no Brasil a época, executou a dragagem do Rio Urussanga, e com isso, a viabilização da agricultura nas suas margens. Na década de 70, ainda não existiam no País, maiores questionamento com relação ao impacto ambiental causado por uma grande obra. Então, além da macro drenagem, também foi retificado o curso d'água, tornando-o retilíneo, ato impensável hoje em dia, em função do desastre ecológico que ocasiona. Antes, o rio era um berçário para muitos animais silvestres, principalmente aves, como conta os moradores mais antigos. Talvez, não houve maiores questionamentos com relação a obra, vez que o Rio Urussanga já se encontrava totalmente poluído 50 anos antes, pela exploração do carvão mineral.
Bom, mas voltando ao assunto, prejuízos na cultura do arroz. O fato é que depois da dragagem, muitos agricultores puderam se estabelecer em suas margens e ali produzir arroz. Ocorre que nos últimos quinze anos, o Rio assoreado, passou a causar inundações freqüentes, que, quando coincidentes com a colheita de arroz, como agora, realça a todos, a necessidade urgente de uma nova macro dragagem.
Somente em Sangão, aquela região, representa 40% de todo arroz produzido no município, algo em torno de 60.000 sacos comprometidos pelas cheias. Para se ter uma idéia da gravidade, medindo a partir da margem, são 2 quilômetros inundados. Produtores já calejados em terem suas plantações de arroz invadidas pelas águas, pedem urgência aos órgãos públicos, por obras que solucionem o problema. É o caso do Sr. Jaime Rodrigues, plantador de 50 hectares de arroz no local, e que das última 5 safras, obteve três frustrações em função das cheias. O problema é tão grave, por conta das rotineiras inundações dos últimos anos, que os produtores tem dificuldade de contratar seguro para as suas respectivas lavouras, que como relata Sr. Jaime Rodrigues, "não resta outra coisa a fazer, se não rezar", na esperança que eventos climáticos desta magnitude não ocorram durante o ciclo da cultura.
Na quarta-feira, dia 31 de março, eu, Marco Antonio Remor, Engenheiro Agrônomo do Município de Sangão, na companhia do Secretário da Agricultura, Sr. Romeu de Aguiar, podemos constatar, após vistoria in locu, que uma semana após o término das chuvas, pasmem, as áreas atingidas ainda encontravam-se inundadas, para desespero dos produtores.
A Secretaria Municipal de Agricultura de Sangão, sensibilizada com apelo dos Rizicultores Sangãoenses, pretende mobilizar as Autoridades dos Municípios ribeirinhos, a realizarem uma ação conjunta junto às Secretarias de Desenvolvimento Regionais de Criciúma e Tubarão, para elaboração e execução de um futuro projeto de macro drenagem, através de recursos Estaduais e Federais. Seria uma ação política de grande importância socioeconômica para os municípios da Bacia do Rio Urussanga, principalmente para o Agricultor ribeirinho, que há tanto tempo vem sofrendo na carne com a falta de um ato político forte, no sentido de satisfazer o anseio daquele que mais sofre com o imobilismo das autoridades competentes.
Macro drenagem do RIO URUSSANGA JÁ!
Fonte: Marco Antônio Remor