Caminhos da História: 2º Capítulo – A Emancipação

A participação de Sangão na política jaguarunense cresceu a partir da década de 80, levando a uma maior representação do distrito no executivo e legislativo. Já possuindo condições de ter vida própria, a comunidade teve anseio de transformá-lo em Município.

Para que a emancipação acontecesse de fato, era necessário que a comunidade estivesse dentro das normas legais de emancipação. Essas normas baseavam-se especificamente na forma em que a comunidade estava estruturada e no que diz respeito ao contexto socioeconômico. Assim, Sangão pode se lançar no embalo emancipacionista que estava ocorrendo nos Estados brasileiros, na década de 1980 e 1990.

Assim, no primeiro semestre de 1991, representantes do Distrito de Sangão ficaram sabendo que alguns municípios vizinhos estavam se organizando para requer junto ao Estado o pedido de emancipação política de suas respectivas comunidades. Desta forma, em abril do mesmo ano, a primeira reunião em prol da emancipação reuniu diversas lideranças. E, com a exigência da criação de uma comissão, figurou como presidente Etevaldo Miguel de Souza.

Com os devidos trâmites legais na Assembleia Legislativa de Santa Catarina ocorrendo, os membros da comissão empenhavam-se em informar a população como estava o andamento do processo de emancipação. A luta da comissão envolveu uma população esperançosa que a iniciativa traria o desenvolvimento para a região. Assim, dia 15 de março de 1992, foi realizado o plebiscito pré-emancipação, onde a maioria dos habitantes compareceu às urnas.

Tornando realidade o anseio do povo manifesto através do plebiscito, o Distrito de Sangão foi desmembrado de Jaguaruna, elevado à categoria de Município pela Lei 8.552 de 30 de março de 1992, de acordo com o Diário Oficial do Estado 14.414 de 01 de abril de 1992. A lei foi assinada pelo então Governador do Estado de Santa Catarina Vilson Pedro Kleinubing (in memoriam).

 

Opinião

Parabéns Sangão!

José Santiago (Zé Odia) – Ex-vereador e membro da comissão de emancipação

 

Eu falo de Sangão desde a minha infância. Fiquei até os 16 anos no Morro Grande, quando Sangão ainda era distrito. A nossa antiga “Rua do Fogo” também é um berço da minha infância. Em 1983, quando retornei para cá, nós aderimos a essa ideia de emancipação pela necessidade que nós tínhamos. Não era só desenvolver o Sangão, mas melhorar a qualidade de vida de nossos habitantes. Nós tínhamos um posto de saúde que abria uma vez por semana, nós não tínhamos água encanada, nossa escola, na época, não tinha segundo grau. Não tínhamos transporte escolar. Eu tinha uma Kombi e acabei, naquele tempo, fazendo uma espécie de transporte escolar. Com esse fato, acabei prestando, também, muitos serviços de transporte para quem precisava de serviços de saúde. Mas digo com toda a certeza que, se nós não tivéssemos nos emancipado de Jaguaruna, estaríamos hoje muito atrasados. Confio que, se o Sangão continuar neste ritmo que está de desenvolvimento, crescerá ainda mais. E, com orgulho de ter feito parte desta história, posso afirmar: Parabéns Sangão! Parabéns por estes 23 anos de emancipação!

 

Fonte: Diário O Município