Cuidados com o Virus H1N1
Desde 2010, a OMS declara que o vírus Influenza A H1N1 2009 continua a circular no mundo com diferente intensidade em vários países e passa a ser considerada como mais um vírus de circulação sazonal.
Nos meses de inverno registra-se o aumento das doenças respiratórias e, com isto, o aumento
de SG e SRAG, havendo a possibilidade da circulação de diversos subtipos virais.
Mesmo sendo a SG normalmente considerada benigna, registramos todos os anos a
evolução para formas graves (SRAG) e óbitos. Com isso, é importante que todos os níveis
de atenção à saúde estejam mobilizados para o atendimento destes casos.
Pelo exposto, a Secretaria de Estado da Saúde, através da Diretoria de Vigilância
Epidemiológica/DIVE, RECOMENDA e ORIENTA a conduta frente aos casos de SG
(Síndrome Gripal) e SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave):
1 – Síndrome Gripal (SG)
Definição de caso: indivíduo com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou
dor de garganta.
Tratamento
Síndrome Gripal: utilizar Oseltamivir em todos os casos que tenham fatores de risco*
para complicações o mais precoce possível, independente da situação vacinal. Além do
oseltamivir, instituir tratamento sintomático e hidratação.
Os casos de Síndrome Gripal não devem ser notificados nem devem ser submetidos à
coleta de material para diagnóstico de influenza.
*Consideram-se fatores de risco para complicação: crianças < 2 anos, pessoas > 60 anos,
grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto
(incluindo aborto ou perda fetal), nutrizes e pessoas com comorbidade (pneumopatias,
cardiovasculopatias, nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas, distúrbios
metabólicos, obesidade, portadores de síndromes genéticas e de transtornos que podem
comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração), imunossupressão e
pessoas com menos de 18 anos de idade medicadas há longo período com ácido
acetilsalicílico.
Todo paciente em acompanhamento ambulatorial devem ser orientado, em caso de
piora do quadro clínico, a retornar para reavaliação.
Em casos excepcionais, com base no julgamento clínico, o tratamento antiviral pode ser
considerado em pacientes ambulatoriais sem fatores de risco, desde que o tratamento
possa ser iniciado nas primeiras 48 horas do início da doença.
2 – Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG):
Definição de caso: Indivíduo com febre mesmo que referida, tosse, dispnéia e que foi
hospitalizado.
O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e radiológicas
(leucocitose, leucopenia, neutrofilia, infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença
de área de condensação).
Conduta em SRAG:
Internação do paciente, avaliação clínica minuciosa e coleta de amostra de secreção
nasofaríngea até o sétimo dia de início dos sintomas.
Indicar internação em UTI quando apresentar as seguintes complicações: instabilidade
hemodinâmica, sinais e sintomas de insuficiência respiratória, hipoxemia com necessidade
de suplementação de oxigênio acima de 3L/min para manter saturação arterial de oxigênio
acima de 90%, relação PO2/FiO2 abaixo de 300 caracterizando lesão pulmonar aguda e
alterações laboratoriais (elevação de desidrogenase láctica e creatinofosfoquinase,
alteração de função renal) e alteração do nível da consciência.
Tratamento: o oseltamivir deve ser instituído em todos os pacientes com SRAG, com início
o mais precoce possível.